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Por André Graziano

O ministro da Justiça, Flávio Dino (PSB), brincou com a possibilidade de ser indicado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para uma vaga no Supremo Tribunal Federal no lugar de Rosa Weber. A atual presidente da corte se aposentará até 2 de outubro, quando completa 75 anos. “Eu não sei. Só Lula sabe. E Deus”, afirmou. “Não existe candidatura a ministro do Supremo, então estou bem tranquilo e trabalhando muito, de domingo a domingo.”

A declaração no foi dada ontem na capital paulista, após entrega da medalha da Ordem do Mérito ao padre Júlio Lancellotti, vigário do povo da rua da Arquidiocese de São Paulo.

O ministro disse que Lula deve se debruçar sobre as indicações ao STF e à Procuradoria-Geral da República nesta semana. O mandato do atual PGR, Augusto Aras, termina oficialmente nesta segunda, 26. “Ele [Lula] tem uma reflexão já acumulada, está ouvindo as pessoas. O processo deve findar nas próximas semanas, e tenho absoluta convicção de que serão boas escolhas para o Brasil.”

Delação de Cid

Flávio Dino evitou comentar o teor do trecho vazado de delação premiada do tenente-coronel do Exército Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro. Reportagens publicadas na sexta-feira apontam que o oficial afirmou que havia uma trama de golpe de estado para impedir a posse de Lula após a vitória sobre Bolsonaro e que o então comandante da Marinha, Almir Garnier, foi o único dos chefes das três forças militares a concordar com o suposto plano.

“Faço questão de frisar que nunca li essa delação, não tenho acesso ao conteúdo. O que eu tenho consignado é a garantia à sociedade de que a Polícia Federal está agindo com isenção e técnica, sem nenhum critério ideológico ou algo parecido, e por isso a verdade está aparecendo”, garantiu. O ministro, contudo, voltou a afirmar que houve “uma trama golpista que desaguou no 8 de janeiro” e que isso “será esclarecido”.

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